quinta-feira, 22 de novembro de 2012

IMAGENS DA CASA DE JUREMA "MESTRE CARLOS"








A Casa de Jurema Mestre Carlos que tem a frente o respeitado Mestre de Jurema Melquesedec, hoje realiza o seu culto na comunidade do Comum em Extremoz/RN.

Salve a Jurema Santa e Sagrada!



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

FESTA DA LINHA DO MARANHÃO DA CASA DE UMBANDA PAI JOSÉ DE ARUANDA

Uma festa tradicional na cidade de Areia Branca, realizada pela Casa de Umbanda Pai José de Aruanda, a FESTA DA LINHA DO MARANHÃO. Todos os anos é comemorada com grande louvor as entidades pertencentes a essa linha. A Casa Pai José de Aruanda que começou esse culto específico reúne seus filhos para louvar a essas entidades que trazem muita alegria e boas vibrações para os filhos da casa e seus visitantes.

Confira algumas imagens









Créditos Fotos:  Minha Umbanda

quinta-feira, 13 de setembro de 2012


Balaio de Ideias: Acarajé de Jesus


Professor Jaime Sodré explica importância simbólica do acarajé. Foto: Fernando Vivas / Ag. A TARDE/ 01.12.2011
Jaime Sodré
Dona Liú, filha de Oiá, se retou: “Oxente, yayá, me deixe, acarajé de Jesus? Acará é de Yansã, Jesus é hóstia consagrada, não é?”. Volto à gastronomia por motivo justo, sobre o Processo nº 01450.008675/2004-01 do Registro do Ofício das Baianas de Acarajé. O conselheiro Roque Laraia apresentara o seu parecer sob as vistas do ministro de Estado da Cultura de então, Gilberto Gil, acompanhado de Juca Ferreira. O pedido de registro do acarajé como bem cultural, imaterial, fora proposto por Gil em 5 de novembro de 2002, além da Associação de Baianas de Acarajé e Mingau do Estado da Bahia (Abam), do Terreiro Axé Opô Afonjá e o Ceao.
A Sra. Claudia Ferreira encaminhou à Dra. Márcia Sant’Anna o texto de instrução apropriado para o Registro do Ofício da Baiana do Acarajé no Livro dos Saberes.
Ficou acordado ser o acarajé parte de um conjunto significativo e amplo, mas que não poderia ser desconsiderada a sua origem sagrada, bem como os “elementos associados à venda”, a indumentária de baiana, a preparação do tabuleiro, a natureza informal do comércio, além de esta atividade representar uma conquista da comunidade afrodescendente. As baianas são agentes sociais que articulam e representam campos vinculados ao sagrado.
Argumentava Laraia que esta atividade estaria sendo ameaçada pela venda desta iguaria sagrada no comércio informal, bares e supermercados, assim “como pela apropriação por outros universos culturais, na versão conhecida como ‘acarajé de Jesus’, vendido por adeptos de religiões evangélicas”. Afirmara em seu relatório ser o acarajé um alimento do ritual consagrado a Xangô e a sua mulher Oiá-Yansã, sendo que a sua comercialização iniciou-se ainda no período da escravidão pelas “negras de ganho”, tornando-se atual fonte de renda das pessoas vinculadas ao candomblé.
O tabuleiro, “suporte-vitrine”, faz parte do conjunto culinário, nele encontramos abará, lelê, cocada branca e preta, pé de moleque, passarinha, vatapá, camarão, bolinho de estudante (punheta), etc. Um convite ao prazer. O parecer conclui pela recomendação do Registro do Ofício das Baianas do Acarajé e a sua inscrição no Livro dos Saberes e o reconhecimento como Patrimônio Cultural do Brasil.
Mas não é fácil a luta das baianas, como nos informa Rita Santos, presidente da Abam. Para ela, existe o risco de o acarajé perder a sua identidade. Igual opinião é a de Gerlaine Martini, do Departamento de Antropologia da UnB: “O acarajé passou a ser vendido como mero produto turístico, era uma atividade tradicional e religiosa das baianas, muitas delas hoje convertidas à religião evangélica”. Informa ainda que estas decidem retirar todos os signos que as liguem à religião africana, como a indumentária e as contas. Segunda ela, “desfiguram o ofício ao querer que o acarajé seja visto não como uma oferenda, mas apenas como uma refeição”.
A ameaça à preservação da cultura das baianas foi tema de uma audiência pública promovida pela Comissão de Promoção da Igualdade da Assembleia, onde Rita Santos argumentava que “além do desrespeito em relação ao Decreto Municipal 12.175/1998, que exige a padronização da indumentária e do tabuleiro, ela assistia a uma descaracterização no aspecto religioso e cultural”, e lembrava que “não se tem como separar o acarajé do candomblé”, para outros “tratava-se de mais uma ação de intolerância religiosa”. Informa-nos Donaldson Gomes que o fabricante de um refrigerante famoso estaria investindo R$ 500 mil para preservar a tradição que envolve o acarajé, junto à Abam, embora a entidade necessite de outros colaboradores para outras demandas.
Não conheço o projeto da Arena Fonte Nova, dizem ser belíssimo, sabemos da liberação da bebida nos estádios, mas por certo os seus arquitetos deverão ter projetado um local privilegiado para o símbolo mais famoso da culinária baiana, o acarajé, e as autênticas baianas. Já a Dra. Gerlaine Martini, esperançosa, afirma confiar no gosto do baiano (e dos turistas), para valorizar o acarajé autêntico. O meu com pouca pimenta.
Jaime Sodré é professor universitário e religioso do candomblé

terça-feira, 11 de setembro de 2012


não somos judaico-cristãos, somos candomblecistas, umbandistas...

No dia 1° de setembro lideranças de comunidades de terreiros de Candomblé estiveram reunidas para mais um encontro de avaliação e encaminhamentos de ações. O destaque do encontro foi a carta de questões e compromissos de ação apresentadas aos candidatos a prefeito de Salvador. Veja alguns trechos da referida carta:
 
Atualmente, as religiões de matriz africana veem sofrendo ataques de todo o tipo. Nossa liberdade religiosa, garantida pela Carta Magna do país está sendo desrespeitada. Sobre essa colocação a pergunta mais simples seria: O que a Prefeitura de Salvador tem com isso?
A resposta é simples: não faz muito tempo que a Prefeitura Municipal de Salvador demoliu um terreiro de candomblé, o Oiá Onipó Neto. Em razão dessa prática do Governo Municipal, a grita do povo se fez ouvir e o Ministério Público interferiu. A prefeitura voltou atrás, reconstruiu o templo, mas para o que havia de sagrado no local, e que foi violado pela prefeitura Municipal de Salvador, não há reparação.
O exemplo foi dado. Quem tinha que proteger destruiu. Isso, capitaneado, nesse caso específico, pela intolerância religiosa institucional bancada com o nosso próprio dinheiro, pois pessoas desqualificadas ocuparam cargos de relevância nas esferas do poder municipal crendo, de forma literal, estarem a serviço de deus e não da sociedade que paga o seu salário.
A intolerância cresceu e leva pessoas fanáticas a passarem a nos agredir publicamente. As invasões a terreiros tornaram-se uma prática cotidiana. Apedrejamento a templos e agressões ao povo de candomblé tornou-se uma diversão.
Dizemo-nos cidadãos do século XXI e, nessa condição, sabemos que o Estado Brasileiro é laico. No entanto, lidamos com pessoas, em cargos municipais, que estão equidistantes dos valores que norteiam a democracia e desconhecem a própria religião que pregam, pois nos acusam de cultuar o “demônio” ou o “diabo” que são figuras que fazem parte de suas religiões e não da nossa – não somos judaico-cristãos, somos candomblecistas, umbandistas... Cultuamos nossos orixás, voduns, inquices e caboclos que no nosso entendimento são mensageiros de Deus.
Respeitar todas as práticas religiosas e todas as crenças é nosso lema. Acolhemos todos, independente do credo. Ser evangélico, ateu, espírita, católico ou maçom é um direito inviolável de cada um, bem como o de ter opinião diversa e fazer parte de uma agremiação partidária. Temos que conviver com o outro independente de sua orientação sexual ou da cor da sua pele. É isso que nos certifica como exercício da cidadania, e confere a um cidadão a possibilidade de representar o outro: numa prefeitura, numa Câmara Municipal, no Parlamento Estadual e Federal, no Senado.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Balaio de Ideias: 6+12=5


Mãe Stella explica o sentido da prosperidade na visão do Candomblé. Foto: Edmar Melo/Ag. A TARDE/ 30.07.2003

Para quem tem como prática religiosa o culto aos orixás, o dia 6 do mês 6 foi, e continuará sendo, de extrema importância. Afinal, no profundo sistema numérico do jogo de búzios, o número 6 foi o responsável por trazer a prosperidade para a Terra. Para o povo africano, de quem herdamos uma boa parcela de nossa filosofia de vida, ser próspero é uma obrigação. Por isso, nessa data, o “povo de santo” fica todo ouriçado: põe suas melhores joias, sai para fazer compras e faz oferendas. Tudo para atrair prosperidade. O alcance dessa graça é um dos maiores desejos do ser humano. Mas quem é essa tão desejada prosperidade?…
Diferente do que normalmente se costuma pensar, a filosofia yorubá não relaciona prosperidade, apenas, a dinheiro. A referida palavra quer indicar uma reunião de circunstâncias que precisam ser buscadas, para que se vá alcançando, continuamente, um estado mais elevado do ser, em seus diferentes aspectos: físico, emocional, social, espiritual e, é claro, financeiro. Até mesmo porque de nada adianta se ter muito dinheiro sem a tranquilidade necessária para saber usá-lo com sabedoria.
Quando elevamos nossos pensamentos aos orixás, dizemos: Olu wá mi, fún mi ni ekun fún mi ni owo = Venha meu senhor e me traga força pura para que eu possa ter dinheiro. Força pura é o axé que permite que os obstáculos sejam vencidos. É um grande risco, então, pedir dinheiro aos deuses, sem que se tenha antes pedido e alcançado o axé necessário para que ele seja um aliado e não um inimigo. Dinheiro, sexo e poder são como “faca de dois gumes”: tanto podem levar à ascensão como ao fracasso.
Este artigo é fruto da vivência que tive com dois filhos meus. Um pela empolgação e outro pela curiosidade demonstraram interesse de conhecer mais profundamente, e de acordo com a tradição que os guia, um tema a que outras tradições também se dedicam com afinco – a prosperidade, que na cultura yorubá é simbolizada pelo número seis. É através da leitura dos números que esse povo e seus descendentes encontram soluções para as dificuldades diárias. Os números falam e os mitos nos ajudam a entender o que eles dizem. Sem o conhecimento das histórias míticas nunca entenderíamos o porquê de ser dito: 6 + 12 = 5:
O número 6 e o número 12 surgiram de um bloco de ouro. Eles se apaixonaram, perdidamente. Dessa união nasceu Ajé – orixá símbolo da riqueza –, irmã de Oxum – a dona da pérola e de outras pedras preciosas, orixá que tem no número 5 uma de suas formas de se comunicar. Do número seis, portanto, nasceram a riqueza e o costume de usar joias; mas também com ele vieram a vaidade e o orgulho, que podem levar à destruição de tudo que se conquistou. Esse número lembra-nos que o destino das criaturas é a prosperidade e que a humildade é uma das condições fundamentais para a aquisição desta graça.
O número 6 nos conta, através de um de seus mitos:
Todos os anos, Olorum fazia uma festa e convidava os números 1 a 16, a fim de que eles prestassem conta de seus atos na Terra. Encerrada a reunião, todos eram presenteados de acordo com o valor de seus méritos. Naquele ano, porém, a Divindade Suprema resolveu que daria um presente igual para todos. O número 6 era muito pobre e por isto seus irmãos foram até sua casa, antes da festa, para almoçar. A real intenção era humilhar o dono da casa, que mal tinha como alimentar sua própria família. Seis deu tudo que tinha guardado para a alimentação do mês. Nem assim deixou de sofrer gozação. Já cansado de tanta humilhação, ele desistiu de ir à tal reunião. Olorum sentiu sua falta, mas nada comentou.  No final da festa, os números, de 1 a 16 (menos 6), receberam uma abóbora. Todos ficaram revoltados com um presente tão simples e despejaram todas as abóboras na casa de 6. Eles só não sabiam que os frutos estavam recheados com ouro e joias. No ano seguinte, todos se surpreenderam ao ver que o mais pobre dos irmãos era agora muito rico. Olorum, então, disse-lhes: Vocês todos têm riqueza, mas 6 tem prosperidade.
Maria Stella de Azevedo Santos é Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá. A cada 15 dias seus artigos são publicados no jornal A TARDE, sempre às quartas-feiras.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

KAWO KABIESSILÉ



O ILÉ ASÉ DAJO OBA OGODO, está em festa. Desde o dia 1º de junho que é realizado a festa de Sangó (Xangô) e o Babalorixá Melque, com sua família de AXÉ, está em estado de graça, além das homenagens a Sangó, mais novos OMORISÁ, está vindo ao AIYE.

A Sangó e a Pai Melque, suas bençãos?

Mais detalhes postaremos depois. Aguardem!



terça-feira, 22 de maio de 2012

CASA DE JUREMA MARIA DA LUZ DÁ INÍCIO AO 1º FORUM DE JUREMA DE AREIA BRANCA


No último dia 17 do corrente mês, aconteceu o 1º Forum de Jurema. O encontro foi promovido pela Casa de Jurema Mestra Maria da Luz que tem como Juremeiro Noamã Pinheiro (Babalorixá do Ile Asé Dajo Iya Omi Saba) As discussões foi sobre o tema A Jurema Nossa de Cada Dia, onde cada cultuador da jurema falou sobre a importância e os benefícios espirituais que a Jurema proporciona na vida de cada um. 

O Forum organizado pelo Juremeiro Noamã, teve como palestrantes principais o Mestre Zédequias e a Guardiã Lúcia Helena e a participação de vários Juremeiros da Cidade (destaque para a Juremeira Mestra Maria Pinheiro).

Como sempre a Casa de Jurema ou o Ilé Asé Dajo Iya Omi Saba tem sido pioneira nas discussões e provocações para o entendimento e enfrentamento do seguimento Afro-Ameríndio na cidade de Areia Branca. Por isso, é que tem o respaldo que tem; por que visa o bem comum para todos os Juremeiros e Candomblecistas e Umbandistas. 

Bem que muitos poderiam se espelhar nesse exemplo!

Mais fotos AQUI
Imagens cedida do blog MINHA UMBANDA


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Casa de candomblé O Ilê Asé Dajó Iyá Omi Sabá promove fórum religioso com abordagem social da Jurema



Casa de Candomblé promove fórum que debaterá a jurema

O Ilê Asé Dajó Iyá Omi Sabá e Casa de Jurema Mestra Maria da Luz promoverá no próximo dia 17, quinta-feira, as 19:00h, o 1° Fórum de religiosos do culto a jurema santa e sagrada da cidade de Areia Branca.

O Fórum que terá abordagem social (sem culto religioso), cujo tema é “A Jurema Nossa de cada dia”, contará com palestras dos juremeiros Zedequias da Rocha e Lúcia Helena, exímios conhecedores da tradição da jurema sagrada no nordeste brasileiro.                                       (Mãe Lucia Helena)
(babalorixá Noamã Pinheiro)

          
O babalorixá Noamã Pinheiro convida juremeiros, umbandistas e população em geral para fórum

De acordo com o Babalorixá Noamã Pinheiro, o encontro que acontecerá na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais situada a Rua Desembargador Filgueira, próximo a Escola Vingt Rosado Maia, deverá reunir juremeiros, umbadistas e simpatizantes em geral.

A Jurema Sagrada

Jurema sagrada como tradição “mágica” religiosa, ainda é um assunto pouco estudado. É uma tradição nordestina que se iniciou com o uso desta planta pelos indígenas da região norte e nordeste do Brasil, mas que, atualmente possui influências as mais variadas, e que vão desde a feitiçaria  européia até a pajelança, xamanismo indígena, passando pelas religiões africanas, pelo catolicismo popular, e até mesmo pelo esoterismo moderno, psicoterapia psicodélica e pelo cristianismo esotérico. No contexto do sincretismo brasileiro afro-ameríndio, a presença ou não da jurema como elemento sagrado do culto vem estabelecer a diferença principal entre as práticas de umbanda e do catimbó.

Origem

A jurema sagrada é remanescente da tradição religiosa dos índios que habitavam o litoral da Paraiba, Rio Grande do Norte e no Sertão de Penambuco e dos seus pajés, grandes conhecedores dos mistérios do além, plantas e dos animais. Depois da chegada dosafricanos no Brasil, quando estes fugiam dos engenhos onde estavam escravizados, encontravam abrigo nas aldeias indígenas, e através desse contato, os africanos trocavam o que tinham de conhecimento religioso em comum com os índios. Por isso até hoje, os grandes mestres juremeiros conhecidos, são sempre mestiços com sangue índio e negro. Os africanos contribuíram com o seu conhecimento sobre o culto dos mortos egun e das divindades da natureza os orixás voduns e inkices. Os índios, estes contribuíram com o conhecimento de invocações dos espíritos de antigos pajés e dos trabalhos realizados com os encantados das matas e dos rios. Daí a jurema se compor de duas grandes linhas de trabalho: a linha dos mestres de jurema e a linha dos encantados.

Culto

O culto da Jurema está para a Paraíba, assim como o de Iroko está para a Bahia. Esta arvore tipicamente Nordestina, era venerada pelos índios potiguares e tabajaras, da Paraíba, muitos séculos antes da descoberta Brasil. Em Pernambuco, existe um município cujo nome é Jurema devido a grande quantidade destas árvores que ali se encontra. A jurema (mimosa hostilis), depois de crescida, é uma frondosa árvore que vive mais de 200 anos. Todas as partes dessa árvore são aproveitadas: a raiz, a casca, as folhas e as sementes, utilizadas em banhos de limpeza, infusões, ungüentos, bebidas e para outros fins ritualísticos. Os devotos iniciados nos rituais do culto são chamados de “Juremeiros”. Foi na cidade de Alhandra, município a poucos quilômetros de João Pessoa, que esse culto, na forma do Catimbó alcançou fama. A Jurema já era cultuada na antiguidade por pelo menos dois grandes grupos indígenas, o dos tupis e o dos cariris também chamados de tapuias. Os tupis se dividiam em tabajaras e potiguares, que eram inimigos entre si. Na época da fundação da Paraíba, os tabajaras formavam um grupo de aproximadamente cinco mil índios. Eles ocupavam o litoral e fundaram as aldeias Alhandra e a de Taquara.

Apoio cultural: Prefeitura Municipal de Areia Branca, Gerencia Executiva de Turismo e Comunicação, Fundação Areia Branca de Cultura, Sindicato dos Servidores Públicos Municipal.

Postado por: Minha Umbanda

quarta-feira, 21 de março de 2012

O CANDOMBLÉ SOFRE GRANDE PERDA: MORRE A EBOMI CIDÁLIA SOLEDADE

Ebomi Cidália era conhecida como a "Enciclopédia do Candomblé". Foto: Margarida Neide/ Ag. A TARDE/ 07.07.2006
Hoje o mundo do candomblé fica mais triste. Durante a manhã faleceu, no Hospital Naval em Salvador, por complicações derivadas de um problema renal, a ebomi Cidália Soledade, 82 anos. Filha de Iroko, o orixá que habita a gameleira e domina os mistérios da vida e da morte, foi consagrada por Mãe Menininha dos Gantois. Ela deixa os filhos Elizabeth, Raimundo, Eliana e Josenice.
Ebomi Cidália tinha 75 anos de consagração à religião dos orixás. Era dona de um grande carisma. Ficou conhecida pela sabedoria e capacidade de transmitir conhecimento numa linguagem que era facilmente absorvida pelo público a quem se dirigia. Por conta disso recebeu do professor Jaime Sodré o título de “Enciclopédia do Candomblé”.
Com saber reconhecido em uma religião que tem como uma de suas fortes marcas a tradição e a oralidade estava sempre atenta a conhecer mais de perto tudo que surgia de novo no campo da comunicação.
Uma das suas atividades preferidas era conversar com jornalistas e pesquisadores de outras áreas. Costumava dizer: “Não tenho medo de conversar com jornalistas, antropólogos e historiadores, pois eles não vem buscar fundamento do candomblé, o que eu nunca revelaria. Eles vem buscar informações que ajudam a esclarecer sobre a religião”.
Aos 78 anos, descobriu as redes sociais com o Orkut onde mantinha uma comunidade para diálogo intenso com admiradores espalhados pelo Brasil inteiro. Com a ajuda de um dos seus amigos, o taxista Romilson Costa, ela fazia, diariamente, a atualização da sua rede respondendo mensagens. Nos ultimos dois anos andava interessada em conhecer mais sobre outras ferramentas como blogs.
O sepultamento será hoje, quarta-feira, às 15 horas, no Jardim da Saudade.
Texto do Mundo AFro.

quarta-feira, 14 de março de 2012

MUITO OBRIGADO MEU DEUS!


Hoje Deus me proporcionou concluir mais uma etapa de minha vida aqui na terra. Os meus 3.5 neste dia do poeta 14 de março e também meu dia, me faz refletir sobre muitas coisas; o que eu alcancei até hoje; o que eu pretendo alcançar; o que fiz na minha vida; se valeu apena e muitas coisas valeram mesmo. Arrisquei, perdi, ganhei, magoei, fui magoado, perdoei, anulei e etc, mas sou grato à todos aqueles em que na minha trajetória de vida me deram oportunidades, mesmo a vida tendo traçado rumos diferentes.
Hoje me sinto mais homem, maduro, mas sem perder a minha criança alegre, o sonhador e o religioso em que fui escolhido e aceitei ser.
Agradeço a Deus por tudo e por todos que passaram e que estão em minha vida, e os que virão: seja no trabalho, na família, na religião, enfim: na minha vida.
Recebi um grande presente logo no amanhecer do dia da minha amada e querida mãe e dos meus dois sobrinhos queridos que cantaram parabéns e me fizeram ficar emocionado e me deram a certeza do que eu já sabia: A FAMÍLIA é mais do que qualquer presente  é tudo.


Agradeço a todos que ligaram e os que enviaram mensagens. Que meu Pai Xangô abençoe a todos. Meu presente são voceis: Família de sangue, de Axé e os meus amigos.
Muito obrigado meu Deus!

segunda-feira, 5 de março de 2012

NASCE LENIRA BUNMI: MAIS UMA ERDEIRA DO AXÉ ÔGÔDÔ

Leila e Melque, os pais com Lenira ao colo

O Babalorixá  Melque e toda a comunidade do Axé ôgôdô estão   muito felizes pela vinda de mais uma erdeira do Ilé Asé Dajo Obá Ogodo ter vindo ao Aiye (mundo). Logo após os cinco dias de nascida Lenira Bunmi foi batizada num ritual belíssimo como manda as tradições do Ketu.
O blog deseja ao Bábà Melque muitas felicidades e muito AXÉ para a pequenina Lenira.

Confira mais fotos AQUI

quinta-feira, 1 de março de 2012

SANDRO DE JUCÁ POSTA VÍDEO DE INDIGNAÇÃO AO RIVAS NETO


O Juremeiro Sandro de Jucá, postou recentemente um vídeo onde desabafa com indignação ao comentário feito pelo professor Rivas Neto.
Segundo Sandro, ele (Rivas) desferiu de forma preconceituosa comentários onde classifica a Jurema e o candomblé de culto de degenerados. Sandro, não poupou palavras e argumentos para rebater o comentário que fere não só a cultura, mais também a crença de um povo e como bem falou: - Não se pode falar de respeito, desrespeitando!

Confira o vídeo AQUI



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

PADRE CORAJOSO

 
O Ministério Público Federal de São Paulo ajuizou ação pedindo a retirada dos símbolos religiosos das repartições públicas.
Pois bem, veja o que diz o Frade Demetrius dos Santos Silva:

Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas…

Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A Cruz deve ser retirada!

Aliás, nunca gostei de ver a Cruz em Tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são barganhadas, vendidas e compradas.

Não quero mais ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.

Não quero ver, também, a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados.

Não quero ver, muito menos, a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas pobres morrem sem atendimento.

É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças, das misérias e sofrimentos dos pequenos, dos pobres e dos menos favorecidos.

Fonte: Junior Duba

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A FEBRE DO ÍYAWO DEKÁ

Pelo Brasil à fora, tem acontecido a entrega de título sacerdotal, o famoso ÍYAWO DEKÁ.  Não vejo isso como tradição dos antigos, mas, sim como conveniência de pseudos sacerdotes em querer  atropelar o tempo e o curso dos princípios e da liturgia. Todos sabem que o candomblé é uma religião iniciática e por isso todos os fiéis do culto precisam passar por uma iniciação e concluir essa etapa com a obrigação de sete anos.  Porém, alguns corruptores e corrompidos que visam o dinheiro, o seu próprio bem estar, não estão nem ai para tais princípios na verdade ignora-os.  Hoje vemos em muitas casas pessoas que se deitam abian e em poucos dias de recolhimento se levantam "babalorixá"Só pode ser piada uma coisa dessa!

Estão fazendo supletivo para Pai de santo. Não querem passar pelo ciclo de formação de um sacerdote de candomblé e ainda dizem que foi o Orixá quem quis; o Orixá não é irresponsável ao ponto de colocar alguém sem o devido conhecimento para cuidar de Orí de ninguém. Candomblé é coisa séria, não é futilidade e nem brincadeira de faz de conta.  Estão querendo corromper a tradição, a cultura deixada pelos nossos ancestrais e ainda têm o despautério de chamar de oralidade. Esses Iyawo Deká, são a vergonha, a escória do candomblé, são pessoas que não conhecem nem a sua própria ancestralidade e, o pior é que uns com um mês que recebem o pseudo título já entrega a outro sem noção. Dá para crê nisso?

Em toda a parte do Brasil se encontra um Iyawo Deká, porque é muito mais fácil receber a famosa "cuia" em 3, 5, 7 dias no ritual de aborto do que passar pelo tempo de iniciação e formação de um sacerdote que corresponde a sete anos. 

Se compararmos o Iyawo Deká com um estudante de medicina me questiono se alguém faria uma cirurgia de cabeça com um estudante de neurocirurgia que está cursando o primeiro ano acadêmico ou com um professor/especialista que atua na área há mais de sete anos? Não da pra colocar a nossa vida e o nosso destino em mãos erradas. 

Os Iyawo Deká, pelo  menos os do Rio Grande do Norte, em suas entrevistas tem mostrado o seu total despreparo de conhecimento a  cosmologia, a cultura, a tradição e a iniciação do candomblé. Na verdade adoram uma "fechação" e deturpar com esse ritual aberrativo a linda imagem do candomblé.

Uns carregam os pendurucalhos no pescoço para exibir seu status de "babalorixá" e esquecem que a missão é de humildade, compreensão,  luta, caráter, aprendizado gradativo e com responsabilidade, pois a nossa Orí toma conhecimento com o que é comportável. Ninguém vomita o que não come!

Se queixem, repudiem, ignorem ou contraponham quem se tocar, mais Iyawo Deká não passam de aberrações,  de figura animada e pitoresca. Põem os princípios, as máximas, a cultura em xeque. Já ouvi um Iyawo Deká dizer que sem ejé não tem Orixá. E onde fica o provérbio que diz: KOSI EWE, KOSI ORIXÁ? - Sem folha não existe Orixá. É por essas e outras piores que digo que a invenção irresponsável do Iyawo Deká, foi por motivos de conveniências, nada mais.

RELEMBRANDO: VEREADOR EVANGÉLICO CONCEDE TÍTULO DE CIDADÃO À BABALORIXÁ


Vereador Djalma

Babalorixá Melquesedec


O caso é mais do que inédito. É verídico. A concessão do título de cidadão areiabranquense será entregue nesta sexta-feira dia 21 de outubro DE 2011, as 10:00h na plenária da Câmara Municipal de Areia Branca. O edil Djalma Sousa que é evangélico concederá o título de cidadão areiabranquese ao Babalorixá Melquesedec da cidade de Natal. Vale salientar que esse é o primeiro título dessa natureza no Rio Grande do Norte.

Djalma mesmo sendo evangélico, reconheceu o trabalho de utilidade pública que o Babalorixá desde 2004 vem realizando no município da salinésia e entre os serviços estão a pregação da religiosidade, os encontros de matriz africana que traz anualmente temas atuais que necessitam da opinião de todos os representantes religiosos como as discussões sobre família, drogas, intolerância religiosa e outros.

Na verdade esse é o papel de um edil, servir a sociedade independente de suas preferências; ele é representante do povo e não de uma única classe.

O blog estará presente já que também este escriba é de matriz africana e discípulo do Babalorixá Melquesedec Costa da Rocha.

Só temos que parabenizar o edil e desejar sucesso.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

BOM FINAL DE SEMANA


KÍ OLO ALA FUNFUN (O Senhor do Pano Branco) nos cubra  nesse final de semana de paz, harmonia,  sabedoria e que nós possamos fazer uma reflexão sobre nossas atitudes e sobre a nossa missão aqui no aiyê (terra).

OXALÁ,  dentre tantas outras atribuições é responsável pela paz universal, mas também da paz interior. Para tanto, é preciso buscarmos essa paz em nosso cotidiano através de nossas ações.


Klenison T'Sangó

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Balaio de Ideias: Olhos magros: uma nova tendência

Mãe Stella faz uma bela reflexão sobre a inveja. Foto: Diego Mascarenhas / Ag. A TARDE/ 09.07.2010
Maria Stella de Azevedo Santos
A minha função espiritual faz de mim uma intermediária entre o humano e o sagrado e para exercê-la da melhor maneira possível tenho como instrumento o Jogo de Búzios. Pessoas de diferentes idades, raças e até mesmo credos, buscam a ajuda desse oráculo. Surpreende-me o fato de que uma grande parte dos que me procuram sente-se vítimas de inveja.
Engraçado é que nunca, nem um só dia sequer, alguém chegou pedindo-me ajuda para se libertar da inveja que sentia dos outros. Será que só existem invejados? Onde estarão os invejosos? E o pior é quando consulto o oráculo e ele me diz que os problemas apresentados não são decorrentes de inveja, a pessoa fica enfurecida.
Percebo logo que existe ali uma profunda insegurança, que gera uma necessidade de autovalorização. Se isso ocorresse apenas algumas vezes, menos mal, o problema é que esse comportamento é uma constante. Isso me leva a pensar que cada pessoa precisa olhar dentro de si, tentar perceber em que grau a inveja existe dentro dela, para assim buscar controlar e emanar este sentimento, de modo que ela não venha a atuar de maneira prejudicial ao outro, mas principalmente a si, pois qualquer energia que emitimos, reflete primeiro em nós mesmos.
Uma fábula sobre a inveja serve para nossa reflexão: Uma cobra deu para perseguir um vagalume, cuja única atividade era brilhar. Muito trabalho deu o animalzinho brilhante à insistente cobra, que não desistia de seu intento. Já exausto de tanto fugir e sem possuir mais forças o vagalume parou e disse à cobra: – Posso fazer três perguntas? Relutante a cobra respondeu: – Não costumo conversar com quem vou destruir, mas vou abrir um precedente. O vagalume então perguntou: -Pertenço à sua cadeia alimentar?- Não, respondeu a cobra. – Fiz algum mal a você-?- Não, continuou respondendo a cobra.- Então por que me persegue?- perplexo, perguntou o brilhante inseto. A cobra respondeu: – Porque não suporto ver você brilhar, seu brilho me incomoda.
Ingênuas as pessoas que pensam que o brilho do outro tem o poder de ofuscar o seu. Cada um possui seu brilho próprio, que deve estar de acordo com sua função. Existem até pessoas cujas funções requerem simplicidade, onde o brilho natural só é percebido através do reflexo do olhar do outro.
Lembro-me de uma garotinha de apenas 10 anos de idade que a mãe me procurou para ajudá-la, pois ela ficava furiosa quando não tirava nota dez na escola. Comportamento que fazia com que seus coleguinhas se afastassem dela. Algumas tardes eu passei conversando com a garota. Um dia ela chegou me dizendo que não aparesentava mais o referido problema, que até tirou nota dois e não se incomodou.
Fiquei muito feliz, cheguei mesmo a ficar vaidosa, pois acreditei que aquela nova atitude era resultado de nossas conversas. Foi quando ela me disse:- Sabe por que não me incomodei de tirar nota dois, Mãe Stella? Ansiosa, perguntei:- Por que? Ao que ela me respondeu: – Porque o resto da turma tirou nota um. Rimos juntas da minha pretensa sabedoria de conselheira e do natural instinto de vaidade que ela possuía e que muito trabalho teria para domá-lo. O desejo que a garota possuía de brilhar mais do que os outros, com certeza atrairia para ela muitos problemas. Afinal, ela não queria ser sábia, ela queria ser vista.
O caso contado anteriormente fez lembrar-me de outro que eu presenciei, onde uma senhora repleta de ouro insistia em me dizer que as pessoas estavam olhando para ela com inveja. Cansada daquele queixume, disse-lhe que quem não quer ser visto, não se mostra.
A inveja é popularmente conhecida com olho gordo. Se não queremos ser atingidos pelo olho gordo do outro, devemos cuidar para que que nossos olhos emagreçam, não deixando que eles cresçam com o desejo de possuir o alheio. Já que fazemos dieta para nossos corpos serem saudáveis, devemos também fazer dieta para nossos olhos, pois eles refletem a beleza da alma. A tendência agora é, portanto, olhos magrinhos, mas não anoréxicos, pois alguns desejos eles precisam ter, de preferência desejos saudáveis.
Maria Stella de Azevedo Santos é Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá