terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A FEBRE DO ÍYAWO DEKÁ

Pelo Brasil à fora, tem acontecido a entrega de título sacerdotal, o famoso ÍYAWO DEKÁ.  Não vejo isso como tradição dos antigos, mas, sim como conveniência de pseudos sacerdotes em querer  atropelar o tempo e o curso dos princípios e da liturgia. Todos sabem que o candomblé é uma religião iniciática e por isso todos os fiéis do culto precisam passar por uma iniciação e concluir essa etapa com a obrigação de sete anos.  Porém, alguns corruptores e corrompidos que visam o dinheiro, o seu próprio bem estar, não estão nem ai para tais princípios na verdade ignora-os.  Hoje vemos em muitas casas pessoas que se deitam abian e em poucos dias de recolhimento se levantam "babalorixá"Só pode ser piada uma coisa dessa!

Estão fazendo supletivo para Pai de santo. Não querem passar pelo ciclo de formação de um sacerdote de candomblé e ainda dizem que foi o Orixá quem quis; o Orixá não é irresponsável ao ponto de colocar alguém sem o devido conhecimento para cuidar de Orí de ninguém. Candomblé é coisa séria, não é futilidade e nem brincadeira de faz de conta.  Estão querendo corromper a tradição, a cultura deixada pelos nossos ancestrais e ainda têm o despautério de chamar de oralidade. Esses Iyawo Deká, são a vergonha, a escória do candomblé, são pessoas que não conhecem nem a sua própria ancestralidade e, o pior é que uns com um mês que recebem o pseudo título já entrega a outro sem noção. Dá para crê nisso?

Em toda a parte do Brasil se encontra um Iyawo Deká, porque é muito mais fácil receber a famosa "cuia" em 3, 5, 7 dias no ritual de aborto do que passar pelo tempo de iniciação e formação de um sacerdote que corresponde a sete anos. 

Se compararmos o Iyawo Deká com um estudante de medicina me questiono se alguém faria uma cirurgia de cabeça com um estudante de neurocirurgia que está cursando o primeiro ano acadêmico ou com um professor/especialista que atua na área há mais de sete anos? Não da pra colocar a nossa vida e o nosso destino em mãos erradas. 

Os Iyawo Deká, pelo  menos os do Rio Grande do Norte, em suas entrevistas tem mostrado o seu total despreparo de conhecimento a  cosmologia, a cultura, a tradição e a iniciação do candomblé. Na verdade adoram uma "fechação" e deturpar com esse ritual aberrativo a linda imagem do candomblé.

Uns carregam os pendurucalhos no pescoço para exibir seu status de "babalorixá" e esquecem que a missão é de humildade, compreensão,  luta, caráter, aprendizado gradativo e com responsabilidade, pois a nossa Orí toma conhecimento com o que é comportável. Ninguém vomita o que não come!

Se queixem, repudiem, ignorem ou contraponham quem se tocar, mais Iyawo Deká não passam de aberrações,  de figura animada e pitoresca. Põem os princípios, as máximas, a cultura em xeque. Já ouvi um Iyawo Deká dizer que sem ejé não tem Orixá. E onde fica o provérbio que diz: KOSI EWE, KOSI ORIXÁ? - Sem folha não existe Orixá. É por essas e outras piores que digo que a invenção irresponsável do Iyawo Deká, foi por motivos de conveniências, nada mais.

5 comentários:

  1. Concordo em grau e gênero sobre tudo o q o nobre blogueiro falou e acho lamentavel q a febre do iyawó deká ainda esteja em alta no nosso estado, contudo, o q mais me alegra é q essses pseudos babalorixás, ñ tem respaldo e nem reconheciemnto de ninguem, a ñ ser da ratataia q os abortaram e lhe deram um título q nada vale. Só serve mesmo pra alimentar o ego deles. Jamais eles entram na aristocracia do candomblé q existe no Brasil. Tudo isso é muito engraçado até. Esse povo são meio louco e tentam se iludir a si proprio.

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  2. Concordo absolutamente. Eu passei sete anos dentro de um ilê que minha vó tomava conta conta, e demorei nove anos para confirmação do odu ejê. O orisa já tinha confirmado, mas minha mãe de santo, que deus a tenha, não deixou eu ser confirmado até dominar a lingua yorubá. E de pensar que tem gente que nem sabe dos fundamentos se dizendo pai de santo, isso é uma vergonha!!!

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  3. Concordo absolutamente. Eu passei sete anos dentro de um ilê que minha vó tomava conta conta, e demorei nove anos para confirmação do odu ejê. O orisa já tinha confirmado, mas minha mãe de santo, que deus a tenha, não deixou eu ser confirmado até dominar a lingua yorubá. E de pensar que tem gente que nem sabe dos fundamentos se dizendo pai de santo, isso é uma vergonha!!!

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  4. Que me desculpem os mais Velhos, mas isso tudo tbm acontece pq o erro já vem de alguns Sacerdotes, foi se agravando e chegou nisso e em coisas piores!
    Conheço casos de pessoas que passaram ate dos 7 anos de iniciado e qnd vinheram receber seu deká, foi uma porcaria, com o perdão da palavra. E são inúmeras as barbaridades

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